Estou me lançando no mais escuro abismo, aquele que nem eu consigo ver dentro de mim. Então me perco. Nada de olhar os riscos, sem tempo de ter medo. Corro dentro de mim mesmo, apenas sentindo ainda pulsar um coração. Sinto um arrepio, o vento me sopra algo. Algo que ainda não consigo ver: Apenas sinto. Com os olhos baixos. Apenas continuo a escrever. É o que me resta, enquanto me sinto paralisado para correr. Algo me faz continuar. Nada de melancolia. Muito tarde para me arrepender de qualquer coisa. Pena é a última coisa que preciso. Prefiro me sentir culpado por algo que não fiz. Encontro-me num estado em que estou imune a qualquer tipo de dor, anestesiado na alma. Silêncio me faria bem, mas ainda tenho sentimentos gritando dentro de mim, alguns que a vida não roubou de mim. Agora uma pequena pausa, apenas para olhar as estrelas e continuar a viver.
Diogo
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